18/06/2014 - Fisioterapia auxilia mulheres nas mudanças corporais após Cancer de mama
Fisioterapia é uma excelente opção para recuperação de movimentos após
remoção das mamas
Por Daniel Xavier
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Amazonas, durante todo o ano
de 2014, devem ser registrados 390 novos casos de câncer de mama, sendo a
maioria na capital. O câncer de mama é a maior causa de óbitos por câncer na
população feminina no Brasil, principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos.
A retirada da mama pode ser uma das opções de tratamento para mulheres vítimas
de câncer de mama. Depois do procedimento, começa uma nova etapa para a
paciente: a de recuperação dos movimentos, que nessa fase, encontra a
fisioterapia como principal aliada para garantir a qualidade de vida.
A paciente submetida ao tratamento cirúrgico do câncer de mama terá que conviver
com as mudanças de postura causadas pela retirada do seio, como dor e restrição
ao movimentar o ombro, inchaço do braço (linfedema) e a falta de sensibilidade
na parte superior e interna do braço.
Após a cirurgia, a mulher passa a ter uma nova realidade de seu esquema corporal
devido a importantes alterações que com freqüência são geradas pela dor,
fraqueza muscular e modificação na imagem corporal. A fisioterapia ajuda a
mulher a enfrentar as mudanças causadas pela retirada do seio.
O fisioterapeuta pode intervir desempenhando um papel importante na prevenção de
sequelas, fazendo parte integrante da equipe multidisciplinar no acompanhamento
da recuperação destas mulheres. Atualmente, a fisioterapia está incluída no
planejamento da assistência para a reabilitação física no período pré e
pós-operatório do câncer de mama.
A mastectomia radical modificada, principalmente acompanhada de radioterapia,
pode determinar complicações físicas, imediatas ou tardias, tais como limitação
da amplitude de movimento (ADM) do ombro e do cotovelo, linfedema, fraqueza
muscular, infecção e dor, que colocam em risco o desempenho das atividades de
vida diária e dos papéis da mulher mastectomizada. Com a fisioterapia, as
mulheres são orientadas quanto à postura que irão adquirir no pós-cirúrgico e a
importância da aderência à reabilitação.
Quanto mais precoce forem orientados os exercícios, mais rapidamente a mulher
responderá ao tratamento. A amplitude de movimentos deve ser alcançada no menor
espaço de tempo possível, levando-se sempre em conta as dificuldades individuais
de cada paciente.
As pacientes submetidas ao tratamento fisioterápico diminuem seu tempo de
recuperação e retornam mais rapidamente às suas atividades cotidianas,
ocupacionais e desportivas, readquirindo amplitude em seus movimentos, força,
boa postura, coordenação, autoestima e, principalmente, minimizando as possíveis
complicações pós-operatórias e aumentando a qualidade de vida.
A fisioterapia desempenha um papel fundamental nesta nova etapa da vida da
mulher operada, pois além de significar um conjunto de possibilidades
terapêuticas físicas passíveis de intervir desde a mais precoce recuperação
funcional, até a profilaxia das seqüelas, além de diminuir o tempo de
recuperação, com retorno mais rápido às atividades cotidianas e ocupacionais,
colaborando com sua reintegração à sociedade, sem limitações funcionais.
Segundo tipo mais comum
Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as
mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e
tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito
provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na
população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência
cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência
tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um
aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de
Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
Daniel Xavier é doutor em Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de Terapia
Intensiva (IBRATI ), responsável técnico da ala de fisioterapia da Fundação
Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON) e presidente do
Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde (Iapes)
Fonte: acritica.uol.com.br
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